Substituir cabos de ignição

Os cabos de vela são responsáveis pela transmissão da alta tensão produzido na bobina de ignição às velas do motor. Qualquer anomalia em um dos cabos pode vir a provocar:

– Falhas no funcionamento do motor;
– Dificuldade de partida;
– Consumo elevado.

Para testar os cabos basta retirá-los do motor, desconectando-o da tampa do distribuidor (ou da bobina- ignição estática) e das velas de ignição. Caso você não conheça muito bem da área, retire um cabo por vez para não trocar o seu posicionamento.

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1- Para conectar os cabos de ignição nas velas, distribuidor ou bobina, pressione os terminais, a fim de obter um perfeito encaixe;

2- Para retirar os cabos de ignição, puxe-os pelos terminais;

3- Jamais puxe através dos próprios cabos, a fim de não danificá-los.

Os cabos após retirados devem ser testados e analisados. Para análise, verifique se não há sinais trincas ou se o mesmo não se encontra ressecado. Em caso afirmativo, o mesmo deve ser substituído.

Os cabos de ignição possuem um sistema de resistência para diminuir as interferências eletromagnéticas causadas pela alta tensão do circuito. Essa resistência pode estar incorporada ao cabo de duas maneiras: Por terminal supressivo ou cabos supressivos.

No primeiro tipo citado, os cabos não possuem resistência e sim os seus terminais (normalmente impressos). Como exemplo podemos citar os cabos utilizados no Volkswagen Santana, onde o terminal que vai na vela possui 5 kohms e o que vai na tampa do distribuidor 1kohm.

No segundo tipo é o cabo que possui uma resistência interna. Neste caso, a resistência é dada pelo comprimento do cabo. O valor, segundo a norma NBR 6880 é de 6 a 10 kohms por metro.

Supondo que você tenha um cabo de 40 centímetro de comprimento, qual deveria ser o valor da sua resistência?

Sabemos que 1 metro = 100 centímetros portanto, podemos utilizar a regra de três:

Para o valor mínimo Para o valor máximo
100 cm ——————– 6 kohms
40 cm ——————– X
100 cm ——————– 10 kohms
40 cm ——————– X
100 . X = 40 . 6
100X = 240
X = 240 / 100
X = 2,4 kohms
100 . X = 40 . 10
100X = 400
X = 400 / 100
X = 4 kohms

Podemos concluir que a resistência de um cabo com 40 centímetros varia entre 2,4 a 4,0 kohms.

Veja agora como medir a resistência do cabo com um multímetro na escala ohms.

Para medir a resistência dos cabos, proceda conforme mostra a figura ao lado. No exemplo dado (Volkswagen) essa resistência deve ser próximo a 6kohs (5 do terminal da vela e 1 do terminal da tampa). Caso a resistência esteja muito alta, o mesmo deve ser substituído. Se o valor encontrado estiver no infinito (O.L no multímetro), verifique se o terminal não está mal encaixado no cabo (para isso, basta girá-lo no sentido horário).

Para verificar se não há fugas durante o funcionamento do motor, verifique se não ocorrem estalos próximo aos cabos (não toque-os).

Tome muito cuidado ao tocar nos cabos com o sistema ligado, as tensões secundárias podem atingir cerca de 30.000 volts.

Dica: Pode ocorrer de você medir os cabos e achar os valores de resistência em ordem. Ao montar os cabos você percebe que ainda existem falhas no funcionamento do motor. As vezes, o cabo está dando mal contado quando se movimenta. Para verificar isso, basta instalar o multímetro e medir a resistência. Sem tirar as pontas de prova, movimente o cabo e verifique se o valor não vai para o infinito, indicando cabo em aberto.

Cabos que apresentarem trincas ou ressecamento devem ser substituídos.

 

Sistema de Ignição

Muito tem se falado a respeito de motores e dos diversos recursos e sistemas empregados neles, nas diversas matérias do Envenenado, porém muitas vezes esquece-se que certos subsistemas do motor são de vital importância e que de seu adequado funcionamento, dependem o rendimento e correto funcionamento do próprio motor. Por esta razão, abordaremos aqui o sistema de ignição.

Para que você compreenda corretamente o papel deste sistema, vamos dividi-lo em alguns componentes principais, detalhando suas funções e como operam a fim de produzir o resultado final.

 

Timing de Centelha

A correta sincronização da emissão da centelha ou faísca produzida pela vela em cada cilindro é um dos principais aspectos a se observar, sob pena de que uma emissão em um momento errado comprometerá o correto funcionamento do motor e poderá até mesmo provocar sua quebra. A ignição do combustível no momento adequado não apenas irá produzir o máximo de “trabalho” (energia), como também o melhor rendimento e menor nível de emissão de poluentes.

Quando a mistura de ar e combustível queima dentro do cilindro, produzem-se gases à elevadas temperaturas que se expandem e desta transformação é que se gera a pressão responsável por deslocar o pistão para baixo, acarretando o movimento. Para se conseguir então, mais potência e torque do motor é necessário alcançar-se maiores níveis de pressão dentro do cilindro, o que se traduz também em melhores níveis de consumo. A eficácia deste processo depende diretamente do timing da faísca.

Há um pequeno intervalo de tempo entre a emissão da faísca e a queima completa da mistura, momento em que se atinge o maior nível de pressão. Desta forma, se a produção da faísca pela vela ocorrer quando o pistão atingir o ponto mais elevado do seu curso, o pistão já terá descido parte do seu curso quando os gases gerados atingirem o nível mais elevado de pressão, trazendo como conseqüência, entre outras coisas, perda de rendimento. Para fazer com que o aproveitamento do combustível se dê em seu nível máximo, a faísca deve acontecer um pouco antes do pistão atingir seu nível mais alto, de forma que quando a pressão for a mais elevada, ele esteja iniciando o curso para baixo.

Os conceitos de pressão e trabalho (energia) neste caso, precisam ser compreendidos, para que se perceba o quanto influem no resultado. A pressão é uma função de força pela área em que é aplicada e, trabalho é resultado da força vezes o deslocamento (distância) produzido por esta força, assim no caso de um motor em que a distância (curso do pistão) e área (superfície da cabeça do pistão) são valores fixos, só se consegue mais trabalho (energia), produzindo-se mais pressão. Portanto, esta é a razão de se procurar gerar a centelha no momento exato!

Mas o processo não é tão simples como pode parecer a primeira vista e outros fatores existem. Durante o funcionamento do motor, este tem alterações em sua velocidade de funcionamento e, portanto, a velocidade com que o pistão se move dentro do cilindro também se altera. Assim, conforme aumenta a velocidade do motor, a produção da faísca deve ser antecipada e retardada, se a velocidade cair. Outro objetivo é reduzir o consumo e a emissão de poluentes, quando os níveis máximos de potência não forem necessários, o que se consegue retardando o tempo da faísca, produzindo menos calor no processo.

A Vela
Em teoria, trata-se de um componente muito simples. Seu papel é de gerar uma diferença de potencial no espaço (da mesma forma que um raio) e assim produzir a faísca que irá realizar a ignição do combustível. Esta diferença de potencial deve ser bastante elevada a fim de se conseguir uma faísca bastante intensa e a conseqüente queima adequada do combustível. A voltagem que percorre a vela geralmente é da ordem de 40.000 à 100.000 volts.

Atualmente espera-se que uma vela de boa qualidade seja capaz de transferir quase sem perdas a eletricidade até o eletrodo e daí para o bloco do motor onde será aterrada. Além disto deve ter boas características de resistência térmica e mecânica, para suportar as elevadas temperaturas e pressões no interior dos cilindros. Geralmente usa-se em seu corpo uma cerâmica isolante, assegurando que a centelha ocorra no ponto adequado. Devido ao fato da cerâmica ser uma mau condutor térmico, a temperatura na extremidade da vela é bastante alta, o que ajuda a evitar depósitos no eletrodo, contribuindo para uma faísca mais intensa.

Basicamente podem existir dois tipos de velas quanto ao seu grau térmico: as velas “quentes” e as “frias”. Essencialmente elas diferem entre si pela quantidade de cerâmica no isolamento do eletrodo. Desta forma uma vela “quente”, é menos suscetível ao acúmulo de depósitos. Entretanto, geralmente costuma-se usar velas mais frias em motores de alto desempenho devido às temperaturas mais altas que estes motores produzem.

A Bobina
Outro dispositivo conceitualmente muito simples, cujo papel é fornecer as elevadas voltagens necessárias a produção da faísca pela vela. Basicamente é feita por dois conjuntos de enrolamentos de fios, da mesma forma que em um transformador e fazendo com que a pequena voltagem fornecida pela bateria, seja multiplicada diversas vezes.

O Distribuidor
Este elemento tem múltiplas funções. A principal delas é fazer com que a eletricidade gerada na bobina e transmitida pelo cabo da bobina, chegue até a adequada vela de cilindro. Dentro do distribuidor o elemento responsável por isto é o rotor, que faz a ligação elétrica que possibilita a eletricidade atingir cada vela. Conforme o rotor gira, sua extremidade faz o contato (na verdade passa muito próximo) com a extremidade de cada cabo de vela, fechando o circuito da bobina até a vela.

No corpo do distribuidor, localiza-se o “comando” do distribuidor. Este comando gira na mesma fase do rotor, acionando um contato com o módulo do sistema (platinado). Toda vez que este contato é acionado, ele abre um dos pontos da bobina, que perde seu aterramento e gera um pulso elétrico, que é o que vai ser transmitido via cabo ao rotor, daí via cabo também para a vela. Perceba que este é o elemento responsável pela intermitência da corrente elétrica e o que controla o avanço ou o retardo da faísca.

Nos motores modernos este elemento não existe. Sua função é substituída por um sensor de um módulo eletrônico, que informa a exata posição dos pistões e assim o momento de produzir a centelha. Este mesmo módulo eletrônico é que controla a abertura e o fechamento da bobina.

Alguns tipos de motores também apresentam um esquema geral diferente deste explicado nesta matéria. Nestes casos não existem distribuidores e uma única bobina para todas as velas. São motores de ignição direta, onde bobinas individuais são ligadas diretamente em cada vela e o módulo eletrônico é o responsável pelo comando de cada bobina.

Como consertar o motor de partida

Gostaria de saber para que serve um motor de arranque ou motor de partida?

Como seu próprio nome já diz, esse dispositivo é encarregado de dar partida no motor de combustão interna. Devido a inércia, todo elemento que está estático (parado) tende a se manter estático. A função do motor de partida é justamente vencer a inércia e iniciar o movimento do motor de combustão até que o mesmo entre em funcionamento.

Atualmente existem dois tipos de motores de partida, de acordo com a sua construção. O mais antigo era por bobina de campo. Os motores mais modernos utilizam imãs permanentes ao invés da bobina.

Como consertar o motor de partida? Como reparar motor de partida?  (exemplos: Ford Ka, Fiesta e Courier)

O motor de partida utilizado nos veículos: Ford Ka, Fiesta e Courier são muito simples de se fazer manutenção, uma vez que os mesmos não possuem bobinas de campo. Trabalham com imãs permanentes. O maior problema está na obtenção das peças de reposição, que não são muito fáceis de serem encontrados. Mostraremos passo a passo como proceder nos serviço de reparação.

Com o motor de partida já retirado do veículo, prenda-o numa morsa (utilize mordentes de cobre ou alumínio).

Observe que este motor de partida não deve ser preso pelo seu corpo. Prenda-o da maneira como mostra a figura ao lado, a fim de se evitar a quebra dos imãs permanentes.

Prepare as ferramentas para a execução do serviço como: chave de fenda, martelo, chave combinada de 8 e 13 mm, alicate para trava externa, chave torx, etc.

Desligue o rabicho das escovas positivas do automático de partida utilizando uma chave de 13 mm. Retire os parafusos de fixação do automático e remova-o do motor de partida, como mostram as figuras abaixo.

 

Abaixo segue a seqüência de remoção do automático de partida (utilize a chave torx para isso).

Desligue o rabicho

Solte os parafusos

Remova o automático

Após a retirado do automático de partida, solte os parafusos de fixação do suporte das escovas e os prisioneiros que prendem o corpo do motor de partida ao conjunto de engrenagens.

Parafusos do suporte

Prisioneiro do motor

Separação do corpo

Veremos agora como desmontar o conjunto de redução do motor de partida. Esse sistema utiliza esse dispositivo para aumentar o torque de saída no induzido.

Conjunto de redução

Retirando a engrenagem

Retirando a planetária

Tome muito cuidado para não danificar o rolamento interno das engrenagens.

Separe as peças cuidadosamente como mostra a seqüência abaixo:

Retirando o conjunto

Retirando a trava da engrenagem

Separando o conjunto

 

Para retirar o garfo de impulsão da engrenagem basta desencaixá-lo do conjunto.

Observe que a engrenagem que faz o acoplamento no volante do motor é bem maior do que os motores de partida sem sistema de redução.

Para separar a engrenagem do motor de partida do conjunto das planetárias é necessário retirar uma trava. Para isso, afaste o alojamento da trava com um martelo e um pino tubular. Após a remoção da trava, desmembre os componentes.

Chegou o momento da remoção do suporte de escovas e o induzido do motor de partida. Essa operação é muito simples, basta retirar o conjunto manualmente.

Como o imã é permanente, apenas tome cuidado ao retirar o induzido, pois, ele poderá querer voltar e prender o seu dedo.

Retirando o conjunto do corpo

Conjunto separado do corpo

Retirando o suporte de escovas

Agora temos o motor de partida totalmente desmontado. Lave cuidadosamente as peças, exceto a engrenagem do pinhão do motor de partida que não deve ser lavado.

Motor desmontado

Limpeza das peças

As peças poderão ser lavadas com gasolina, querosene ou um solvente. Recomendamos, após a lavagem das peças, que direcione um jato de ar comprimido nas mesmas para poder secar. Apenas tome cuidado com o manuseio do ar comprimido.

Você ainda deverá testas os componentes como: automático de partida, suporte de escovas e induzido. Os testes são realizados da mesma forma que num motor de partida com bobinas de campo. Não se esqueça que, para testar o induzido é necessário um indutor (cigarra).

Para a montagem, proceda na ordem inversa a desmontagem.

Valorize seu amigo (auto-elétrico), esse esquema foi apenas para ilustrar o quanto é importante um dos serviços por ele executado.

Regulador de tensão do alternador

O regulador de voltagem ou regulador de tensão, como seu nome já diz, serve para ajustar a tensão de saída do alternador para um valor aceitável na bateria. Esse valor deve ser superior a tensão da mesma entre 10 a 15% da sua tensão nominal, ou seja, entre 13,5 á 14,5 volts.

Para facilitar a compreensão, iremos fazer uma analogia à um sistema hidráulico.

Válvula reguladora fechada

Válvula reguladora aberta

 

Veja que quando a pressão hidráulica é baixa, a válvula reguladora (esfera) se mantém fechada por ação de uma mola calibrada impedindo o retorno. Isso faz com que a pressão aumente na linha.

Ao se atingir um valor determinado, a mola se comprime fazendo com que a esfera abra a passagem de retorno. Isso fará com que parte do fluxo seja desviada para o retorno, fazendo com que a pressão caia na saída. Essa queda de pressão fará com que a mola empurre a esfera novamente para cima, fechando a passagem. Começa então, um novo ciclo.

Isso significa, que com a passagem constante do líquido, a válvula irá abrir e se fechar diversas vezes, fazendo com que haja uma pressão controlada na saída.

Já no sistema de carga do automóvel, o funcionamento é similar.

Regulador de tensão do alternador

O alternador irá fornecer uma carga para bateria, cuja tensão deverá ser superior à 13 volts. Acontece que com o funcionamento contínuo do alternador, essa tensão tende a aumentar gradativamente até um limite de tensão não suportado pela bateria. Aí entra o regulador de tensão que estabiliza esse valor para uma tensão aceitável.

A figura ao lado é apenas ilustrativa.

 

 

Veja abaixo o esquema do circuito do alternador com regulador de tensão:

Isso é apenas um resumo desse circuito pois, o assunto é muito extenso. Caso queiram saber mais sobre o funcionamento do circuito de carga, inscreva-se em nosso curso on-line de eletricidade de automóveis.

 

Problemas na Partida (Sistema Elétrico) – bateria

Muitos motoristas lembram-se de alguns dos sistemas de um carro apenas quando estes apresentam problemas, e aí algumas cenas tornam-se comuns. Acordar cedo, dirigir-se ao carro na garagem e já atrasado, dar a partida sem nenhum sinal do motor virar. Para que isto não aconteça, nós vamos dar algumas dicas e explicações de como manter em ordem o sistema de bateria, alternador e o motor de arranque, que em geral são os responsáveis pelo problmea neste tipo de situação.

Alguns problemas podem ser evitados com a verificação da conexão do cabo de bateria, correia do alternador, e nível da água da bateria (se a mesma não for selada). Outros itens dependem de uma checagem e/ou troca em certos intervalos de tempo, como qualquer outra parte do carro.

  • Se sua bateria for livre de manutenção, basta checar o visor. Se estiver verde ou azul é sinal que a carga está “OK”. Se o indicador estiver vermelho é sinal que a bateria está fraca e necessitando de carga.
  • Alguns problemas podem ser descobertos antes de ocorrerem, pois alternadores e baterias costumam dar sinais de “problemas”, antes mesmo que ocorra uma pane. Um dos primeiros avisos, é a dificuldade do motor de arranque em conseguir com que o motor entre em funcionamento, fazendo com que o motorista force mais a partida para que o motor de arranque faça o motor funcionar.
  • Outra forma de descobrir, é ficar de olho nos faróis e nas luzes internas. A bateria quando não está sendo carregada adequadamente, tem dificuldade de mandar energia para os faróis em marcha-lenta e conforme aumenta-se a rotação, a luminosidade aumenta, dando indícios de problema no alternador ou dínamo (em carros mais antigos). Estes sintomas podem ser também algum mau contato ou curto-circuito no sistema elétrico.
  • Ao completar o nível de água na bateria, utilize somente água destilada, pois a água de torneira contém minerais dispersos e cloro que podem danificar as placas. A falta de água na bateria, pode acarretar na sua perda, já que as placas se colam umas às outras e entram em curto- circuito. Nunca deixar que o nível passe a marca “MAX”, pois a bateria se aquece com a carga e podem ocorrer vazamentos.
  • Sempre verifique os pólos da bateria quanto à oxidação ou se há um pó esverdeado. Quando existe muito óxido, pode ocorrer do carro dar a partida mas o alternador não conseguir carregar a bateria devida à baixa amperagem, como consequência da oxidação. Neste caso a solução é bem simples, bastando desconectar os terminais e lavá-los. Cuidado com a pele e a pintura do carro e certifique-se que não haja vazamentos, pois o ácido de bateria é corrosivo. Depois de lavar os terminais, com o auxílio de uma lixa, limpe os terminais removendo toda a oxidação que provoca os problemas de contato. Em seguida coloque um pouco de vaselina nos pólos e conecte os cabos.
  • Se a bateria for selada não há muito que fazer, além da limpeza e a checagem do visor de carga.
  • Se durante uma viagem ou um longo tempo de uso do carro aparecer um cheiro ácido, pare o carro e verifique se a bateria está muito quente. Se estiver é possível que o alternador esteja enviando excesso de carga para a bateria, podendo fazer com que a bateria exploda. O problema pode estar no regulador de voltagem.
  • O motor de arranque pode apresentar alguns dos sintomas de bateria fraca, como por exemplo, você dar a partida e o motor virar pesado. Este sintoma pode indicar algo de errado com o motor de arranque e não com a bateria. Portanto, verifique se a bateria tem carga suficiente.
  • Verifique também o ponto de ignição do motor, já que um motor muito atrasado vai parecer sintoma de bateria fraca.
  • Geralmente quando há problemas de voltagem, a luz indicadora de bateria no painel se acenderá denunciando problema de alternador com o veículo em movimento.
  • Nunca faça um carro pegar no tranco, pois essa “mania” pode trazer um sério prejuízo ao sistema de câmbio e diferencial (tração traseira). Em carros dotados de catalisador, ao fazê-los pegar no tranco, pode-se correr o risco de queimar a parte interna do mesmo, já que a gasolina não queimada e a alta temperatura do escapamento podem ocasionar um incêndio interno comprometendo o uso do catalisador e portanto trazendo mais prejuízo.
  • Carros dotados de injeção eletrônica, nem adianta tentar, pois com menos de 9 volts a centralina simplesmente não funciona.
  • Um cuidado muito importante, é não inverter em hipótese alguma a polaridade dos cabos da bateria, pois isso provoca a queima do módulo de injeção e de outros componentes eletrônicos.

Com essas dicas é possível que você não tenha maiores dores de cabeça com o sistema elétrico responsável pela partida do seu carro. Basta ficar de olho em alguns componentes e ficar atento aos sintomas do carro para poder descobrir o defeito.

Reprogramação ou Troca de Chip – veneno barato e “seguro”!

Mesmo diante de uma tendência mundial com relação à restrições de emissão de poluentes e questões envolvendo segurança – que acabam por limitar a potência dos veículos – existe hoje no mundo um número cada vez maior de apaixonados por velocidade e principalmente por carros que contam com preparação especial. Para se ter uma idéia do que esta tendência vem representando a nível mundial, em países como os EUA, Japão e Alemanha – apenas para citar três referências – há pessoas que compram um determinado modelo de carro e chegam a gastar dezenas de milhares de dólares em peças especiais para o motor e acessórios diversos como, rodas, spoilers, kits aerodinâmicos e itens de sonorização, ultrapassando o próprio valor do carro, apenas com esta paixão chamada “tuning”.

Atualmente, nestes países, a indústria do “tuning” tem se desenvolvido em uma velocidade impressionante, existindo até mesmo salões de projeção internacional, especializados nesta prática. Os números oficiais deste setor, ainda não são precisos, mas comenta-se que só nos EUA, movimente anualmente algo como US$ 5.000.000.000,00 (cinco bilhões de dólares!).

Já no Brasil, este mercado pode não se encontrar ainda no mesmo nível de crescimento e de popularização, mas é possível identificar um público cada vez maior e muito interessado na “arte” de equipar seu carro. Uma das razões do mercado nacional não ter atingido nem mesmo o nível mais básico em que poderia estar, se deve a escassez de empresas que invistam e acreditem neste grupo de consumidores sedento por novidades e opções de qualidade. A questão não está em apenas colocar, por exemplo, um kit turbo em seu recém comprado (e lançado) Volkswagen Pólo, mas que ele seja bem instalado, propicie o resultado esperado (e prometido) e não comprometa o seu patrimônio.

Mais uma vez a título de exemplificar o que estamos falando, no Japão chega-se ao extremo de existirem publicações especializadas em apenas um determinado fabricante ou até mesmo de apenas um modelo. Nestas revistas, pode-se encontrar toda uma gama de peças e componentes que cobrem desde uma simples manopla de câmbio até mesmo um módulo esportivo para gerenciamento do motor. Não bastasse haver opções para praticamente toda e qualquer parte do carro, nesta gama ainda é possível ter-se, por exemplo, diversos fabricantes diferentes de módulos de injeção esportiva para um único motor.

É justamente visando orientar o nosso leitor em relação às possibilidades disponíveis no mercado nacional, que inauguramos aqui uma série de artigos, abordando desde as formas mais simples e econômicas de preparação, até as mais sofisticadas e consequentemente mais caras e, sempre buscando aquela que concilie o resultado pretendido e o orçamento disponível. Antes de prosseguirmos e entrarmos no assunto propriamente, é importante termos em mente que qualquer que seja o nível de preparação que se escolha, alguns cuidados preliminares devem ser tomados.

Quando se opta em mexer no motor, antes de mais nada é preciso proceder à verificação do estado geral do mesmo, pois ele vai passar a trabalhar em regimes de funcionamento acima daqueles definidos em sua concepção original, podendo sofrer um desgaste prematuro até mesmo quebras e, gerando assim gastos e aborrecimentos. O ideal é que seu carro passe por uma avaliação criteriosa de um mecânico de sua confiança. Peça que ele avalie as condições do motor, que verifique se há algum barulho estranho ou anomalia e que ele meça a taxa de compressão do motor. Se tudo estiver dentro dos padrões, o próximo passo é escolher que veneno colocar em seu carro.

Comecemos então com o nível mais básico e a prática que é a mais comum (e barata) para os carros atuais. Vamos começar falando de “Chips” de injeção. Estes chips, são a forma mais econômica para “envenenar” o motor de seu carro. A partir de R$300,00 reais pode-se encontrar chips reprogramados para carros nacionais e em certos importados, pode-se chegar a R$1000,00. Mas vale lembrar que em muitos casos o chip não vai trazer nenhum ganho de potência. É o caso dos motores de baixa potência, como os 1.0 litro. O fato de não se conseguir maiores níveis de potência nesta classe de motores, deve-se ao fato de que na quase totalidade dos casos, o chip já está programado para proporcionar o melhor rendimento possível do motor. Nestes casos, normalmente o que se consegue alterando o programa de gerenciamento, são curvas de torque e potência diferentes, mas sem alteração nas suas grandezas.

O ideal para aplicação deste tipo de veneno, são os motores maiores em cilindrada (ou deslocamento). Na verdade os “chips” envenenados quando instalados em um carro sem nenhum tipo de preparação pode até acarretar resultados piores que o carro com original. Sabe porque? Em quase todo nível de preparação o que se tem em mente é melhorar os níveis de ar e combustível que são admitidos pelo motor e como otimizar a sua queima, assim quanto mais ar e combustível o motor admitir mais potência será gerada pelo motor. Para melhorar a quantidade de ar admitida é preciso trabalhar o corpo de borboleta e trocar todo o sistema de filtro de ar por um conjunto esportivo ou de melhor rendimento. Além disso os bicos de injeção devem ser capazes de suprir o sistema com capacidade adicional de combustível, correspondente às maiores doses de ar.

Mas se você não esqueceu a primeira regra de preparação, que é “alimentar” melhor o motor com ar e combustível, mesmo que você tenha conseguido um excelente programa para o seu chip, tenha trabalhado borboletas e trocado o filtro e conseguido bicos injetores de maior vazão, ainda há um pouco mais para se fazer. De maneira geral cada carro utiliza um conjunto de mangueiras, dutos e coletores de admissão para conduzir ar para o interior do motor. Quanto menos curvas e quanto mais polidos ou lisos forem estes componentes internamente, menor a turbulência e melhor a entrada de ar para o interior do cabeçote e consequentemente, melhor a queima.

Bem, se você pensa que a fórmula acaba aqui, enganou-se e este é apenas o princípio. Da mesma forma que o carburador fazia nos carros antigos, o módulo de injeção tem por papel gerenciar uma proporção correta entre ar e combustível e em que momento esta mistura é injetada, para que o motor não caía na situação de mistura pobre ou rica. Seja qual for esta situação, ela vai acarretar em perda de rendimento e até quebra do motor em situações limites. Assim, certifique-se que o chip que será trocado consegue realizar adequadamente a promessa feita pelo preparador. Se for o caso, opte pela troca e não pela reprogramação do seu chip, pois se o resultado não for do seu agrado, a reversão é mais fácil.

Este tipo de “veneno” tem seu resultado intimamente associado ao volume, à potência e a tecnologia empregada no motor. Desta forma, quanto maiores e mais modernos os motores, maior a probabilidade de se conseguir maiores ganhos. Mas veja que estamos falando em “probabilidade” e não em certeza, já que um determinado motor, mesmo sendo bastante moderno e de grande volume, pode já ter seu módulo programado para o melhor desempenho possível. Sempre antes de proceder à alteração, faça muitas perguntas ao seu preparador em relação aos resultados que deverá conseguir após a troca.

Independente do grau de alteração desta “receita”, um fator extremamente favorável, além do baixo custo, é que em raros casos a durabilidade do motor fica comprometida. Os resultados em geral também vêm na mesma medida e, por exemplo, em relação a um motor 1.8, não se consegue mais do que uns 5 ou 7 cavalos de potência. Entretanto, uma boa programação pode lhe render torque em um nível mais baixo de rotações e seja em um caso ou no outro, um conseqüente aumento de consumo, como preço a pagar pelo melhor desempenho.

Já nos motores de 6 cilindros ou mais, ou mesmo os de 4, mas com mecanismos de comando de admissão variável é possível conseguir-se ganhos superiores a 15 cavalos de potência e em situações bem particulares o dobro disto. Atente, que estes casos são exceções e não as regras. É também importante estar ciente que mesmo que a princípio você escolha por níveis mais pesados de preparação, a alteração do chip pode ser necessária e dependendo do caso, obrigatória.

O assunto chip, não se encerra por aqui, mas falar mais a respeito deste elemento de preparação, envolve necessariamente formas adicionais de “veneno”, que serão abordadas em outros artigos, conforme formos avançando no nível de praparo do motor.

E, finalizando nosso primeiro encontro, ressaltamos que sobretudo é de vital importância que se entenda, que seja através de uma preparação leve ou uma pesadíssima e profissional, o nosso objetivo não é provocar disputas nas ruas, o que pelo contrário nós repudiamos. Lembre-se que nossas ruas não são pistas de corrida e negligenciar este fato, põe em risco tanto outras pessoas como a você mesmo. Atualmente, existem muitos campeonatos e arrancadas, onde um piloto amador ao volante de seu carro preparado, pode disputar com outros, dentro de condições mais adequadas, seguras e mais inteligentes.