Escalonamento da Transmissão

Muitas vezes, apenas preparar o motor não basta para conseguir um bom rendimento. Para aproveitar melhor o ganho de potência é preciso que a relação final de transmissão também seja modificada, isto é, que o conjunto de relações de marcha, diferencial e circunferência do pneu seja adequado à nova situação de maior potência.

Isto pode ser mais simples do que parece, afinal é uma questão matemática, cuja solução aponta para novas engrenagens de diferencial ou de câmbio ou até pneus de medidas diferentes. Quando o veneno for executado em um motor aspirado, em geral opta-se por um conjunto de relações mais curtas, pois em baixa rotação o motor fica um pouco “xoxo”. Em um motor onde se coloca um turbo-compressor, a receita é inversa. Alonga-se a transmissão para aproveitar a ampla faixa de torque do motor e a maior energia dos gases do escape.

Suponhamos que um motor de 2.0 litros da VW que rende 112 cavalos e teve a potência aumentada para cerca de 188 cavalos (com a colocação de um Kit Turbo, com pressão em torno de 1,0 bar) e sua potência máxima esteja disponível a 6200 rpm ao invés de 5600 rpm. Para aproveitar a nova velocidade máxima que a maior potência permitirá, geralmente é necessário que a quinta marcha seja mais longa para permitir maiores velocidades (o padrão é especificar a velocidade a cada 1000 rpm e, nesse caso a quinta marcha deveria proporcionar 35.5 km/h a 1.000 rpm).

Com o câmbio original de fábrica (no caso adotemos um câmbio de GTS/I), este modelo tem quinta marcha de 32 km/h a cada 1000 rpm, ou seja, é preciso um aumento de cerca de 10% na velocidade a cada 1000 rpm. Como só alongar a quinta marcha compromete o escalonamento das outras marchas (cria um buraco numérico entre a quarta e quinta), o melhor a fazer é o alongamento de todo o conjunto pelo diferencial.

Uma solução mais simples – e que é suficiente em alguns casos – é fazer o alongamento usando rodas e pneus de diâmetro maior. Porém, se a preferência for por alongar mesmo o diferencial, é preciso antes calcular o quanto é preciso alongar e se as relações necessárias de coroa e pinhão estão disponíveis no mercado.

O alongamento que se precisa no exemplo é de 10,9%, valor este obtido pela divisão de 35,5 por 32, que dá 1,109 (o mesmo que 10,9%). Dividindo a relação do diferencial original (4,111:1) por 1,109, chega-se a 3,706, que seria a relação ideal para esse tipo de motor e potência. Com isso, a potência máxima levaria o carro à cerca de 220 km/h.

No caso em questão, o diferencial mais próximo seria do Santana 2000 1992/3. Com este diferencial, a velocidade a 1000 rpm seria de 33,8 km/h, e a 220 km/h o motor estaria girando a 6.500 rpm, 300 rpm acima da faixa máxima. Não é uma missão das mais simples adequar a transmissão ao motor preparado, mas é importante que isto seja feito, para poder aproveitar toda a potência disponível.

1 comentário

    • igor pereira em abril 9, 2013 às 10:09
    • Responder

    bom dia.. tenho um renault 19 rn de 95 eu troquei a caixa de marcha.. mais quando volto ele nao e o mesmo tem hora que ele da uns estouro quando xega entre a rotaçao 20 e 30 fica dando uns tiro.. e o carro anda mal depois que ele pega um enbalo do nado tipo um turbo oque poderia ser isso me ajudem porque se nao vou passar o carro ….

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